sexta-feira, 18 de maio de 2007

Visão geral de artrologia

Ao final deste trabalho temos a certeza de que enriquecemos nosso conhecimento sobre artrologia e que nosso blog poderá contribuir para que outras pessoas, acadêmicos ou não, tenham uma noção geral do assunto.

Vemos o sitema locomotor como uma máquina em que ossos, músculos e ligamentos se interagem para possibilitar o movimento e que as articulações são como as engrenagens que possibilitam uma melhor congruência e deslizamento entre as superfícies articulares.

Esta figura representa nossa visão geral e final.



Referências bibliográficas:

  • Junqueira e Carneiro; Histologia Básica. 9ª ed.; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
  • Piermattei, Donald. L., FLO; Manual de ortopedia e tratamento das fraturas dos pequenos animais. 3ª ed.; São Paulo; Manole, 1999.
  • Apostilas e explicações dos professores da disciplina Ciências Morfológicas I.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Anormalidades da cartilagem e articulação


Dor, deformidades e disfunção dos membros podem resultar de fisiologia imprópria da articulação. Muitas condições articulares agudas podem progredir para a ósteo-artrose crônica. O objetivo do ortopedista é minimizar ou parar estas alterações. Na ósteo-artrose crônica, o objetivo é minimizar o desconforto do paciente e melhorar a função do membro.




Definições

  • Artrite: A definição simples de artrite é a inflamação de uma articulação. Muitas condições ortopédicas crônicas em medicina veterinária não possuem nenhum componente inflamatório apreciável a longo prazo do revestimento sinovial. Desta maneira, o termo "artrite" é denominação imprópria, porém está tão integrado no uso popular geral que infelizmente persiste.

  • Artrose: O termo artrose refere-se a condição articular degenerativa não-inflamatória caracterizada por ausência de inflamação no revestimento sinovial e pela presença de líquido sinovial normal ou próximo ao normal.


  • Ósteo-artrite (ósteo-artrose): A artrite comum observada em medicina veterinária é uma degeneração lenta e progressiva da cartilagem, com produção de osteofitos, geralmente causada por traumatismos ou microtraumatismos (uso anormal). Existe inflamação muito discreta do revestimento sinovial (e desta maneira pequenas alterações no líquido sinovial) comparada a afecçções articulares mais inflamatórias. A resposta sinovial é a base para a classificação da afecção articular. Devido ao fato de serem degenerativas e não inflamatórias, um termo mais apropriado seria ósteo-artrose ou moléstia articular degenerativa (MAD).


Classificação das afecções articulares


As afecções articulares são classificadas da seguinte maneira:


  • Afecção articular não-inflamatória:

1. Moléstia articular degenerativa (MAD), ósteo-artrite, ósteo-artrose

a) Primária

b) Secundária

2. Traumática

3. Neoplásica

  • Afecção articular inflamatória:

1. Infecciosa
2. Não infecciosa

a) Imunológica

_ Erosiva

_ Não erosiva


Afecção articular não-inflamatória
Ósteo-artrose

  • Moléstia articular degenerativa primária: A MAD é a degeneração da cartilagem em indivíduos idosos que ocorre por razões desconhecidas que não sejam o uso ou desgaste provenientes da idade. Nos seres humanos, entretanto, mostrou-se que a cartilagem do idoso não apresenta as mesmas alterações que a cartilagem ósteo-artrótica. Conseqüentemente, existem contradições em vários dados histoquímicos e bioquímicos devido aos tipos de cartilagem anormal que são analisados e não identificados como sendo fontes. A maioria das pessoas mais velhas de 40 anos possuem algum grau de degeneração na articulação coxofemoral, joelhos ou articulações interfalangianas dos dedos (nódulos de Heberden). Gerou-se muitos interesses nestes fenômenos na medicina humana. Os animais são úteis como modelos de pesquisa para a ósteo-artrose. O modelo ideal para a MAD deve começar com a perda da matriz cartilaginosa e deve progredir para a fissuração, fibrilação, erosão da cartilagem, esclerose subcondral, produção de osteofitos e inflamação sinovial branda.


  • Moléstia articular defenerativa secundária: A MAD secundária desenvolve-se secundariamente a condições conhecidas que afetam a articulação e estruturas de suporte. Isto talvez seja o tipo mais comum observado em animais de pequeno porte.


Ósteo-artrose em cães



A maior parte da experiência com ósteo-artrose é em relação aos cães; o gato raramente apresenta ósteo-artrose, exceto após lesões evidentes. A displasia coxofemoral vem sendo esporadicamente diagnosticada em gatos. Nos cães ou gatos a ósteo-artrose geralmente não é idiopática ou primária. Ela em geral é secundária a traumatismos, articulações instáveis, mal-alinhamento ou defeitos de conformação ou condições congênitas, tais como a osteocondrite dissecante e displasia coxofemoral.










O sinal mais proeminte de dor nos membros na ósteo-artrose é a claudicação. A claudicação ou marcha diferente podem ocorrer em outras condições, tais como membro encurtado (sem dor), disfunção mecânica (ectopia patelar, contratura do músculo supra-espinhoso), um membro rígido (geralmente com fratura prévia), problemas neurológicos ou fraqueza neuromuscular.

Fonte: www.agilitynews.com.br


Fonte: www.agilitynews.com.br




Radiografia da esquerda sem displasia e a da direita com displasia coxofemoral

Fonte:www.dogtimes.com.br


A questão de quando a obesidade contribui para o desenvolvimento da ósteo-artrose é pertinente em medicina veterinária. A maioria dos cães artríticos observados são obesos. O bom senso nos diz que um peso extra na articulação contribui para a abrasão e degeneração da cartilagem mais rapidamente. Por exemplo, filhotes hipernutridos com potencial para a displasia coxofemoral mostram maior afecção articular degenerativa do que aqueles sob dietas restritas, entretanto, isto não indica que a dieta foi a causa da displasia coxofemoral. Em casos de rupturas do ligamento cruzado, a impressão clínica é a de que cães maiores desenvolvem osteofitos com maior rapidez do que os cães de porte menor. Isto também pode estar relacionado ao fato de que cães de porte menor podem "sustentar" ou poupar o membro, resultando, desta maneira, em menores lesões decorrentes da sustentação do peso. Em alguns casos, cães com dor crônica desorrente da ósteo-artrose parecem melhorar apenas com a redução do peso.

Fonte: www.agilitynews.com.br


A ósteo-artrose raramente é observada (radiográfica ou patologicamente) em cães muito novos, quando comparados com adultos.




  • Moléstia articular traumática: Condições traumáticas evidentes envolvem deslocação (luxação), instabilidade devido à ruptura ligamentar e fraturas. Elas são categorizadas sob afecções articulares degenerativas articulares adquiridas.


  • Afecção articular neoplásica: As neoplasias são raras. De 1952 a 1978 houve apenas 29 casos em cães e três em gatos relatados na literatura. Os tumores primários são chamados de sinoviomas, sarcomas sinoviais ou tumores das células gigantes. Estes tumores primários são caracterizados por aumentos de volume de crescimento lento em uma articulação, que ocasionalmente cusa dor durante o movimento da articulação. Podem haver depósitos de cálcio dentro do tecido mole. Mais tarde há destruição do osso cortical adjacente acompanhada por destruição do osso esponjoso. O tumor pode aparecer encapsulado, porém freqüentemente existem extensões para os planos fasciais e tecidos cicunvizinhos, resultando em taxa de recidivas após a excisão.


Articulação articular inflamatória



As afecções inflamatórias articulares causadas por infecção ou fatores imunológicos não são raras na prática de animais de pequeno porte, porém elas ocorrem com pouca freqüência. Estas condições são caracterizadas por inflamação da membrana sinovial com resultantes alterações no líquido sinovial. A claudicação e marcha prejudicada são os sinais observados com maior freqüência. Os sinais sistêmicos podem incluir febre, letargia, anorexia e leucocitose.



Afecções inflamatórias

Artrite



As infecções articulares geralmente são causadas por bactérias que penetram na articulação tanto por meio de feridas penetrantes ou pela corrente sangüínea. Felizmente, estes exemplos são raros, porém quando uma infecção ocorre, ela pode ser devastadora para a articulação. Todas estas infecções resultam em danos cartilaginosos graves e amplamente disseminados. Outras bactérias podem não produzir enzimas destrutivas e lesões permanentes disseminadas podem não ocorrer.




Caprino infectado pelo vírus da CAE apresentando a forma clínica articular da enfermidade: artrite da articulação do carpo, atitude, postura e aprumos anormais
Fonte: http://www.biologico.sp.gov.br/



Afecções não-infecciosas


Afecção articular imunológica


Acredita-se que as condições articulares são o resultado de mecanismos imunes que podem ser divididos naqueles que promovem a erosão da cartilagem (artrite reumatóide) e naqueles que não promovem a erosão (lúpus eritematoso sistêmico). Estas condições estão se tornando melhor conhecidas em medicina veterinária à medida em que se ampliam a literatura que descreve casos clínicos e as ferramentas diagnósticas.



  • Afecção inflamatória erosiva (artrite reumatóide): A artrite reumatóide é definida como poliartrite grave e freqüentemente progressiva de etiologia desconhecida. Ela foi primeiramente descrita no cão em 1969, e desde então houve descrições de outros casos. Pode ocorrer como sinais e sintomas: depressão, febre e anorexia com ou sem claudicação. A tumefação das articulações pode ser sutil ou evidente. Freqüentemente mais de uma articulação pode estar afetada.


  • Afecção inflamatória não erosiva: Estas condições articulares envolvem três categorias de afecções: LES, aquelas associadas a processo infecciosos crônicos, e condições idiopáticas. Os sintomas podem mimetizar a artrite reumatóide, porém as erosões são raras e ocorre o envolvimento sistêmico. Claudicações e fraqueza são comuns. São o lúpus eritematoso sistêmico e a artrite com afecção infecciosa crônica concomitante.

Osteocondrose



A osteocondrose é um distúrbio da diferenciação celular no crescimento das placas metafisárias e cartilagem articular, ou seja, é um distúrbio esquelético generalizado da ossificação endocondral, no qual tanto parte da epífise (placa epifisária) quanto camadas inferiores da superfície articular falham em amadurecer dentro do osso em faixa simétrica. Isto resulta em áreas focais de cartilagem espessada que são predispostas a lesões. Caso esta condição resulte na dissecção de retalhos ou cartilagem articular com algumas alterações articulares inflamatórias, ela pode ser chamada de "osteocondrose dissecante" (OCD). Esta condição é muito comum em muitas espécies animais. O cão, animais de raças de porte médio, grande e gigante são afetados. Através da compreensão da origem destas lesões, o veterinário pode planejar um tratamento racional para esta condição em vários estágios e graus de gravidade.




Presença de discreta área radiopaca em região distal ao maléolo medial da tíbia

Fonte: http://www.cibelefcarvalho.vet.br/




Destacamento de um fragmento ósseo da superfície articular com ou sem área de radiolucência no osso subcondral correspondente

Fonte:http://www.cibelefcarvalho.vet.br/

Micromorfologia sob nosso ponto de vista

Cartilagem Hialina

Cartilagem Fibrosa
Líquido Sinovial

Tecido Conjuntivo Fibroso

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Artrologia sob o ponto de vista micromorfológico

Faremos uma abordagem micromorfológica dos tecidos e células que constituem as diferentes articulações:


  • Articulação Cartilagínea: cartilagem hialina e cartilagem fibrosa
  • Articulação Fibrosa: tecido conjuntivo fibroso
  • Articulação Sinovial: líquido sinovial



Cartilagem Hialina

Cartilagem hialina delimitada pelo pericôndrio; no interior da matriz cartilaginosa estão presentes os condrócitos que ocupam as lacunas.


A cartilagem hialina é formada, em 40% do seu peso seco, por fibrilas de colágeno tipo II associadas a proteoglicanas muito hidratadas e a glicoproteínas adesivas. Nos preparados comuns, o colágeno não se distingue porque está principalmente sob a forma de fibrilas de dimensões submicroscópicas, e além disso, as fibrilas têm índice de refração muito semelhante ao das macromoléculas que as envolvem.
Em adição ao colágeno, a matriz contém glicosaminoglicanas combinadas por covalência com proteínas, formando proteoglicanas. Cada molécula de proteoglicana consiste em uma parte central protéica (cerne), de onde irradiam numerosas moléculas não ramificadas e relativamente curtas de glicosaminoglicanas sulfatadas (condroitinsulfato e queratossulfato). As moléculas de proteoglicanas parecem escovas de limpar tubos de ensaio, onde a proteína (cerne protéico) representa a parte central e as moléculas de glicosaminoglicanas sulfatadas correspondem aos pêlos da escova. Até 200 dessas proteoglicanas podem estabelecer ligações não covalentes com uma única molécula de ácido hialurônico, que é uma glicosamina não sulfatada e de alto peso molecular, para formar uma molécula enorme de agrecana. As moléculas de agrecana, um agregado molecular muito importante para manter a rigidez da matriz cartilaginosa, interage com as fibrilas colágenas. O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanas atua como um sistema de absorção de choques mecânicos, ou mola biomecânica, de grande significado funcional, principalmente nas cartilagens articulares. Outro componente importante da matriz da cartilagem hialina é a glicoproteína adesiva condronectina, uma macromolécula com sítios de ligação para condrócitos, fibrilas colágenas e glicosaminoglicanas. Assim, a condronectina participa da associação do arcabouço macromolecular da matriz aos condrócitos.
Em torno dos condrócitos existem zonas estreitas, ricas em proteoglicanas e pobres em colágeno. Essas zonas mostram basofilia, metacromasis e a reação P.A.S. mais intensas do que o resto da matriz, sendo impropriamente chamadas de cápsulas, porque inicialmente se acreditava que constituíssem uma parede envolvendo as células.
Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos apresentam forma alongada, com o eixo maior paralelo à superfície. Mais profundamente, são arredondados e aparecem em grupos de até oito células, chamados grupos isógenos, porque são originados de um único condroblasto.
As células e a matriz cartilaginosa sofrem retração durante o processo histológico, o que explica a forma estrelada dos condrócitos e seu afastamento da cápsula.In vivo, os condrócitos enchem totalmente as lacunas. A superfície dos condrócitos parece regular ao microscópio óptico, porém o etetrônico mostra reentrâncias e saliências maiores e mais freqüentes nos condrócitos jovens. Essa disposição aumenta a superfície dos condrócitos, facilitando as trocas com o meio extracelular, o que é importante para a nutrição dessas células, tão afastadas da corrente sangüínea. Os condrócitos são células secretoras de colágeno, principalmente do tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas, como a condronectina.
Todas as cartilagens hialinas, exceto as cartilagens articulares, são envolvidas por uma camada de tecido conjuntivo, denso na sua maior parte, denominado pericôndrio. Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, o pericôndrio é responsável pela nutrição da cartilagem, por sua oxigenação e pela eliminação dos refugos metabólicos, porque nele estão localizados vasos sangüíneos e lifáticos, inexistentes no tecido cartilaginoso. O pericôndrio é formado por tecido conjuntivo muito rico em fibras de colágeno tipo I na parte mais superficial, porém gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem.


Cartilagem hialina revestida pelo pericôndrio na porção superior do corte histológico. No centro verifica-se a presença de vários condrócitos, muitos em fase de divisão mitótica, formando os grupos isógenos. Entre os condrócitos observa-se o preenchimento da matriz.
Fonte: www.ucb.br







Cb: condroblasto; P; pericôndrio; Gi: grupo isógeno; C: condrócito; M: matriz cartilaginosa.


Matriz inter-territorial (asterisco); matriz territorial (seta fina) ao redor de condrócitos; condroblasto (seta grossa); pericôndrio (estrela).
Fonte: acd.ufrj.br


Fonte: www.famerp.br



Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem



Detalhe dos fibrocondrócitos isolados ou em grupos isógenos dentro de lacunas. Os espaços que representam as lacunas, "in vivo" são totalmente ocupados pela célula cartilaginosa. Na cartilagem fibrosa não existe pericôndrio.
É um tecido com características intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. A fibrocartilagem está sempre associada a conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites entre os dois. Muito freqüentemente, os condrócitos formam fileiras alongadas. A matriz da fibrocartilagem é acidófila, por conter grande quantidade de fibas colágenas, facilmente identificáveis ao microscópio óptico. A substância fundamental amorfa é escassa e limitada à proximidade das lacunas que contém os condrócitos, onde forma cápsulas basófilas, metacromáticas e P.A.S. positivas. Na fibrocartilagem não existe pericôndrio.


Lâmina de cartilagem fibrosa evidenciando os feixes de espessas fibras colágenas, que constituem feixes, os quais seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Os condrócitos ocupam as lacunas na matriz cartilaginosa.




Notar: fibras colágenas em arranjo paralelo do anel fibroso (estrela de cinco pontas) e condrócitos organizados em fileiras na área de cartilagem fibrosa (seta vazada). Observar área de tecido ósseo (estrela de três pontas) com osteócitos (seta fina).
Fonte: acd.ufrj.br




Notar os condrócitos organizados em grupos isógenos.

Fonte: acd.ufrj.br


Fonte: www.fcv.unl.edu.ar

Tecido conjuntivo fibroso

Fonte: www.fcm.unicamp.br

Há diversas variedades de tecido conjuntivo, formadas pelos constituintes básicos (fibras, células e matriz extraceluar). Os nomes dados aos diferentes tipos refletem o componente predominante ou a organização estrutural do tecido.
O tecido conjuntivo denso é a parte do tecido conjuntivo caracterizado pela abundância de fibas colágenas, o que lhe dá grande resistência. A disposição dessas fibras é característica promordial para classificá-lo como fibroso ou não-modelado ou tendinoso ou modelado.



  • Tendinoso ou modelado: suas fibras estão orientadas paralelamente, tornando-o resistente, mas pouco elástico. Ele forma os tendões, que ligam os ossos aos músculos; e os ligamentos, que ligam os ossos entre si.


Lâmina histológica de um tendão (HE)
FC: feixes de fibras colágenas, F: núcleo do fibroblasto

Fonte: www.pucrs.br



  • Fibroso ou não-modelado: Apresentam fibras entrelaçadas, tornando-o resistente e elástico, e impedindo-o de ter forma própria, moldando-se aos órgãos que reveste, como por exemplo: o baço, o fígado e os testículos.

Lâmina histológica de Lábio(H.E)

VS: vaso sanguíneo; FC: Fibras Colágenas; N:núcleo

Fonte: www.pucrs.br



Lâmina histológica mostrando o tecido conjuntivo denso não modelado

Fonte: rbp.fmrp.usp.br



Líquido sinovial

Cristais de urato ao microscópio de luz polarizada

Fonte: www.ser.es

O líquido sinovial é um dialisado do sangue onde os sinoviócitos adicionaram glicosaminoglicanos (GAG). A sua principal função é a lubrificação, que diminui o atrito, diminuindo, desta forma, o desgaste e ruptura da cartilagem. O líquido sinovial também fornece nutrição à cartilagem articular e mantém o equilíbrio eletrônico e metabólico.
O principal GAG do líquido sinovial é o ácido hialurônico, que é altamente polimerizado e previne a entrada de proteínas séricas de alto peso molecular no líquido. As proteínas do líquido articular aumentam com as condições inflamatórias, tanto devido à queda neste estado polimerizado do ácido hialurônico, quanto como resultado do aumento na permeabilidade capilar da subsinóvia. Ambas as situações causam o derrame sinovial. Acredita-se que os corticosteróides interferem na produção do ácido hialurônico.
As condições articulares inflamatórias podem ser distinguidas das condições não inflamatórias por meio da análise do líquido articular.
A viscosidade do líquido sinovial está relacionada a suas mucoproteínas; é maior em articulações pequenas e em baixas proporções de esforço e uso (marcha, estação). Diminuição na viscosidade durante movimento mais rápido causa menor resistência e, portanto, menor fricção das superfícies da articulação. Baixas temperaturas podem aumentar a viscosidade e, desta maneira, resistência entre as superfícies articulares. Isto expliaca parcialmente a necessidade do "aquecimento" antes das atividades atléticas.



Líquido sinovial com espiral de Curschmann (Papanicolau, 600x).

Fonte: conganat.uninet.edu




Espiral de Curschmann

Fonte: conganat.uninet.edu



Espiral de Curschmann. Mucinas ácidas sulfatadas dão a coloração negra (diamino férrica, 200x)

Fonte: conganat.uninet.edu




Mescla de mucinas ácidas sulfatadas (negro) e não sulfatadas (azul) (diamino férrica, 200x).

Fonte: conganat.uninet.edu



Detalle de uma espiral de Curschmann com Azul-Alcian a pH 1 (600x).

Fonte: conganat.uninet.edu

















Cristais de urato de sódio aspirados do líquido sinovial em um caso de gota e examinados diretamente em luz polarizada.

Fonte: www.fcm.unicamp.br

Composição das articulações sinoviais

Todas as articulações sinoviais possuem uma cavidade, uma cápsula articular, líquido articular, cartilagem articular e osso sucondral. Em adição, algumas articulações possuem ligamentos intra-articulares, meniscos e coxins adiposos.


















  • Cápsula articular: É uma membrana conjuntiva que envolve a juntura sinovial como manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada em alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, destinados a aumentar sua resistência. Em muitas junturas sinoviais, todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular denominados extra-capsulares ou acessórios e em algumas, como no joelho, aparecem também ligamentos intra-articulares. Ligamentos e cápsula articular tem por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disso, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e inervada sendo encarregada da produção da sinóvia.




  • Cartilagem articular: A cartilagem articular permite a ação deslizante das articulações. Este é o receptor da maioria dos choques do esqueleto. Sua elasticidade amortece estes choques, prevenindo a erosão do osso sucondral com subseqüente encurtamento. O osso subcondral absorve o choque e protege a cartilagem de lesões. Macroscopicamente, a cartilagem articular adulta é branca, lisa, brilhante e translucente/transparente. Existem poucos vasos sangüíneos, linfáticos e terminações nervosas. Os nutrientes precisam passar pela barreira da matriz cartilaginosa antes de chegar aos condrócitos. Dessa forma, uma lesão mecânica ou química não é reconhecida pelo animal até que ocorra a reação sinovial. Histologicamente, a cartilagem articular é composta por condrócitos, fibras e substância fundamental. Oitenta por cento da cartilagem é água, 10% é colágeno e 10% é proteoglicanos. A nutrição principal da cartilagem vem através do líquido sinovial, sendo que 7 a 10% vêm dos vasos sangüíneos do osso subcondral.

  • Detalhe da cartilagem articular

  • Líquído sinovial: Claro, transparente e mucoso (mucinas). Produzido pela membrana sinovial. Tem as funções de lubrificação e nutrição das superfícies articulares.

  • Discos e meniscos: Em várias junturas sinoviais, interpostas às superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas,os discos e meniscos intra-articulares, que têm como função: possibilitar a melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) e destinados a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e ATM.




Disco presente na articulação temporomandibular
Fonte: disco virtual da página do aluno














Meniscos presentes entre o fêmur e a tíbia
Fonte: disco virtual página do aluno











Menisco visto de cima
Fonte: www.albanesi.it










Desgaste meniscal
Fonte: davidnavarrot.com















Meniscos na articulação entre o fêmur e a tíbia



Disco intervertebtal em corte parelelo ao longo da coluna


  • Lábios: Anéis de fibrocartilagem em superfície articular côncava. Evitam fraturas nas bordas e aprofundam a cavidade: Lábios glenoidal e acetabular. A degeneração do lábio acetabular acarreta a displasia coxofemoral.

Articulação coxofemoral

Fonte: disco virtual da página do aluno


Displasia coxofemoral